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out 14, 2022 384 0 DIÁCONO JIM MCFADDEN
ENVOLVA-SE

JUNTOS PARA SEMPRE

A cura para a solidão está bem ao seu lado!

Durante os anos 60, o grupo de rock Three Dog Night, teve um sucesso popular; One is the Loneliest Number (Um é o número mais solitário), que aborda a dor associada ao isolamento.  No livro de Gênesis vemos que Adão estava sozinho no Paraíso. Claro, ele recebeu permissão de Deus para nomear todas as outras criaturas como um sinal de seu domínio. No entanto, faltava alguma coisa: sentia-se só porque “não encontrou uma auxiliar que lhe fosse adequada” (Gn 2:20).

INCONDICIONAL

Este drama da solidão é vivido por inúmeros homens e mulheres hoje. Mas não precisa ser, porque a cura para essa solidão está bem à vista: a Família, que o Papa Francisco nos lembra é a “célula fundamental da sociedade” (Evangelium Gaudium, 66). Assim, a família é onde os jovens podem ver com seus próprios olhos que o amor de Cristo está vivo e presente no amor de sua mãe e seu pai, que testemunham que o amor incondicional é possível.

É por isso que não devemos viver como indivíduos isolados, autônomos e auto-suficientes, mas sim desfrutar de relacionamentos ‘Eu-Você’ com outras pessoas, e é por isso que Deus disse: “Não é bom que o homem esteja só. Vou dar-lhe uma auxiliar que lhe seja adequada” (Gn 2:18). Essas palavras simples mostram que nada torna o coração de um homem mais feliz do que estar unido a outro coração como o seu próprio. Um coração que o ama incondicionalmente e com ternura e lhe tira a sensação de estar só. Essas palavras mostram que Deus não nos fez para vivermos isolados, o que inevitavelmente gera melancolia, tristeza e ansiedade. Ele não nos criou para ficarmos sozinhos. Ele fez homens e mulheres para a felicidade, para compartilhar sua história e jornada com outro até que a morte os separem. O homem não pode se fazer feliz. A mulher não pode se fazer feliz. Mas, compartilhar sua jornada com alguém os complementa, para que possam viver a incrível experiência de amar e ser amados, e ver seu amor frutificar nas crianças. O Salmista coloca assim: “Tua mulher será em teu lar como uma vinha fecunda. Teus filhos em torno à tua mesa serão como brotos de oliveira. Assim será abençoado aquele que teme o Senhor” (Salmo 128:3-4).

DEFENDENDO A DIGNIDADE

Este é o sonho de Deus para sua amada criação: assim como Deus são três pessoas compartilhando uma natureza divina, assim como Cristo ressuscitado está para sempre unido à sua Igreja, seu corpo místico, também a criação se realiza na união amorosa entre um homem e uma mulher, regozijando-se no caminho partilhado, fecundo na doação mútua. Este é o mesmo plano que Jesus visualizou para a humanidade. “Desde o início da criação, ‘Deus os fez homem e mulher’; Por isso, deixará o homem pai e mãe e se unirá à sua mulher; e os dois serão uma só carne. Assim, já não são dois, mas uma só carne” (Marcos 10:6-8; cf. Gênesis 1:27, 2:24). E, ele conclui: “Portanto, o que Deus uniu, o homem não separa” (Marcos 10:9). Esta última linha é importante porque no plano original do Criador, não há refazer. Não é que um homem se case com uma mulher e, se as coisas não vão bem, ele a repudia e passa para o Plano B. Não, antes, o homem e a mulher são chamados a se reconhecer, a se completar, a ajudar um ao outro a realizar seu propósito e destino.

Este ensinamento de Jesus, fundamentado nos capítulos iniciais de Gênesis, é a base do Sacramento do Matrimônio, que é um mandato divino conforme revelado nas Escrituras e através das próprias palavras do Filho de Deus. Ao contrário dos conceitos contemporâneos, não é uma construção histórica ou cultural, não importa o que uma instituição legislativa ou judiciária diga. O ensinamento de Jesus é muito claro e defende a dignidade do matrimônio como união de amor entre um homem e uma mulher, que é constitutiva. Qualquer coisa diferente disso simplesmente não é casamento. Além disso, a união de um homem e uma mulher implica fidelidade. O que permite que os esposos permaneçam unidos no matrimônio é um amor de doação mútua infundido pela graça de Cristo. Mas, o cultivo dessa união exige muito trabalho: se os cônjuges buscam seus interesses particulares, a promoção da satisfação egoica, a união não pode durar.

Qualquer um dos cônjuges ou ambos podem se comportar de tal maneira que coloca sua união em crise. É por isso que Jesus o traz de volta ao início da Criação para nos ensinar que Deus abençoa o amor humano, que é Deus quem une os corações de um homem e uma mulher que se amam. Ele os une em indissolubilidade assim como Ele está unido com Sua Igreja. É por isso que a Igreja não se cansa de confirmar a beleza da família como nos foi confiada pela Escritura e pela Tradição. Ao mesmo tempo, ela se esforça para tornar sua proximidade materna tangível e confortante para aqueles que vivem relacionamentos que estão rompidos ou continuam difíceis e dolorosos.

A maneira de Deus agir com Seu povo machucado e muitas vezes infiel, nos ensina que o amor ferido pode ser curado por Deus através da misericórdia e do perdão. Por esta razão, a Igreja não conduz com censura ou condenação. Pelo contrário, a Santa Mãe Igreja é chamada a mostrar amor, caridade e misericórdia, a fim de curar corações feridos e perdidos para trazê-los de volta ao abraço de Deus.

Recordemos que temos uma grande aliada na Bem-Aventurada Virgem Maria, a Mãe da Igreja, que ajuda no matrimônio os casais a viverem autenticamente juntos e a renovarem a sua união, a partir do dom original de Deus.

 

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DIÁCONO JIM MCFADDEN

DIÁCONO JIM MCFADDEN ministra na Igreja Católica de São João Batista em Folsom, Califórnia. Ele é professor de teologia e atua na formação da fé de adultos, preparação para o batismo, direção espiritual e ministério na prisão.

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