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out 14, 2022 382 0 Shalom Tidings
ENCONTRE

PROFANO VS SANTO

O vício em pornografia o levou a odiar a sexualidade e a Deus, mas uma noite tudo mudou. Descubra a jornada salvífica de Simon Carrington sobre deixando a pornografia

Fui muito abençoado por ser criado em um lar católico como o terceiro nascido entre seis crianças. Meu pai era um grande líder espiritual. Ele liderava a oração noturna em casa e recitava o Rosário todas as noites antes de irmos para a cama. Íamos à paróquia de Santa Margarida Mary, Merrylands aos domingos, servindo no altar e no coro. Então, no geral, Deus foi central na minha vida.

ANSEIO POR MAIS

Quando eu tinha 15 anos, minha avó faleceu. Eu realmente sentia falta dela e chorava todas as noites por meses. A profunda solidão e a dor que se estabeleceram me levou a buscar algo que me faria sentir amado.

Foi quando comecei a procurar pornografia. Quanto mais eu assistia, mais eu desejava. Lentamente, minha fé começou a enfraquecer. Na escola, eu ainda estava me divertindo, praticando esportes, e indo à Igreja. Externamente eu estava fazendo tudo certo como parte da rotina – indo à Missa, rezando o Rosário etc, mas por dentro, minha fé estava morrendo. Meu coração estava em outro lugar porque eu estava vivendo em pecado. Embora eu fosse para a Confissão, era mais por medo do Inferno do que por amor a Deus.

AFASTANDO-SE

Em uma visita a um amigo da família, descobri um estoque de revistas pornôs ao lado do banheiro. Nunca esqueci da primeira revista que peguei e de a ter folheado toda. Foi a primeira pornografia real, física e tangível que eu já tinha visto. Senti tantas emoções quando folheava — excitação era a resposta para o vazio que eu sentia, mas também profunda vergonha. Esta parecia ser o “alimento” que satisfaria a dor no meu coração por amor. Eu saí do banheiro uma pessoa diferente naquele dia. Foi então que eu subconscientemente virei as costas para Deus. Escolhi pornografia e uma vida de impureza em vez Dele.

Depois dessa experiência, comecei a comprar revistas pornô. Como eu ia à academia todos os dias, eu encontrei uma rachadura na parede lá para armazenar todas essas revistas pornô. Toda vez que eu ia à academia, eu começava e terminava a sessão indo para o estoque de revistas e folheava por 20 ou 30 minutos. Isso se tornou minha vida por anos. Fiquei tão obcecado com pornografia que quase perdi meu emprego fazendo pausas no banheiro a cada hora para ver pornografia. Ela tomou cada momento livre que eu tinha.

FRIO COMO PEDRA

Tentei ouvir diferentes palestrantes católicos e ler livros sobre castidade e sexualidade. Percebi que todos afirmavam que a sexualidade era um presente de Deus, mas não conseguia entender isso. A única coisa que a sexualidade me trouxe foi dor e vazio. Para mim, minha sexualidade era a coisa mais distante de um presente de Deus. Era uma besta que estava me arrastando para o inferno!

Comecei a odiar minha sexualidade e odiar a Deus. Tornou-se um veneno no meu coração. Quando minha família rezava o Rosário, eu não podia dizer uma Santa Maria. Eu quase nunca estive em estado de graça. Fui à Missa por meses sem receber a Eucaristia. Mesmo que eu fosse para a confissão depois da Missa, eu nunca poderia durar até o dia seguinte. Não havia amor em meu coração. Quando minha mãe me abraçava eu ficava tenso como uma pedra. Eu não sabia como receber amor e afeto. Por fora, eu sempre fui amigável e feliz, mas por dentro eu estava vazio e morto.

Lembro-me de entrar no meu quarto um dia depois de ver pornografia e vi o crucifixo na minha parede. Em um momento de raiva eu disse a Jesus na Cruz: “Como você espera que eu acredite que a sexualidade é um presente seu? Está me causando tanta dor e vazio. Você é um mentiroso! Subi na minha cama, peguei o crucifixo da parede e esmagei-o sobre meu joelho. Olhando para o crucifixo esmagado eu disse com raiva: “Eu te odeio! Você é um mentiroso”. Então joguei o crucifixo na minha lixeira.

 FIQUEI DE QUEIXO CAIDO

Então um dia, mamãe me disse para ir a uma conversa sobre castidade com Jason Evert com meu irmão mais velho. Eu disse a ela educadamente que eu não queria ir, mas obrigado mesmo assim. Quando ela me perguntou de novo, eu disse: “Mãe, o amor não é real. Eu não acredito no amor! Minha mãe simplesmente disse: “Você vai!” Naquela noite eu fui relutantemente.

Lembro-me de ter ficado espantado com a forma como Jason falou naquela noite. Uma linha mudou minha vida. Ele disse: “Pornografia é a maneira mais segura de destruir seu futuro casamento.”

Assim que ele disse isso, percebi que se não mudasse meus modos, estaria prejudicando a mulher com quem casaria porque não saberia como tratá-la corretamente. Todos os desejos que eu tive para o casamento ressurgiram em mim. Eu realmente queria amor e casamento mais do que qualquer coisa, mas eu tinha enterrado esse desejo com o pecado sexual.

Tive a chance de falar com Jason pessoalmente e o conselho que ele me deu mudou minha vida. Ele disse: “Olha, há amor em seu coração e há todas essas tentações para luxúria. O que você escolher para alimentar mais vai ficar mais forte e eventualmente dominar o outro. Até agora você tem alimentado a luxúria mais do que o amor, é hora de começar a alimentar o amor.”

Eu sabia que Deus tinha me tocado naquela noite, e eu decidi que eu precisava de uma confissão. Eu agendei um padre para a confissão e avisei-o que seria longa! Fiz uma confissão geral que levou cerca de uma hora e meia. Confessei todos os pecados sexuais que pude lembrar, os nomes das estrelas pornôs que assistia, o número de vezes, a quantidade de horas e por quantos anos. Eu me senti como um novo homem saindo da confissão naquela noite.

UMA BELA DESCOBERTA

Aí começou a terceira etapa de mudança na minha vida. Embora eu ainda lutasse com esses pecados de impureza sexual, eu estava em uma luta constante. Pouco a pouco, pude experimentar maior liberdade do pecado sexual, e senti Deus me chamando para começar a realmente aprender qual era o seu plano para a sexualidade humana, e começar a compartilhá-lo com os outros.

Encontrei palestrantes que explicaram a “Teologia do Corpo” de São João Paulo e no decorrer da leitura fiquei impressionado com esse pensamento poderoso: meu corpo e todos os outros corpos são um sacramento de Deus. Percebi que era a imagem de Deus e todas as mulheres também. Quando comecei a ver cada pessoa através desta lente como um sacramento vivo de Deus, tornou-se muito mais difícil para mim usá-los sexualmente. Se alguma vez eu fosse cobiçar alguém especialmente através da masturbação e pornografia, eu teria que desumanizá-lo em minha mente e no meu coração. Armado com essa nova forma de ver a mim e a outras mulheres, fui capacitado pelas graças recebidas da Missa diária e da confissão regular para fazer uma grande transformação.

Comecei a olhar para cada mulher não por prazer sexual, mas verdadeiramente como um belo sacramento de Deus. Eu estava tão em chamas com esta nova mensagem que eu queria compartilhá-la com todos que eu pudesse. Naquela época eu estava trabalhando como preparador físico em uma academia, mas senti que Deus estava me chamando para sair desse ambiente e servi-lo mais diretamente. Eu não tinha certeza para onde eu estava indo, mas as portas começaram a se abrir. Entrei no ministério da juventude e comecei a trabalhar para a Parousia Media, embalando e postando recursos religiosos. Enquanto trabalhava, ouvia falar de fé o dia todo, aprendendo minha fé de uma maneira poderosa. Comecei a falar como ministro da juventude para estudantes do ensino médio quase todos os fins de semana, e me apaixonei por evangelização.

AMOR COMO NUNCA ANTES

Um dia, uma senhora procurou alguém que pudesse falar com alguns jovens sobre castidade, e especialmente pornografia. Do nada, eu disse a ela que faria isso. Eu compartilhei meu testemunho naquela noite, e a resposta foi muito encorajadora. De boca a boca, mais e mais pessoas vieram me conhecer e minha história e convites para falar começaram a aparecer.

Nos últimos 10 anos, dei mais de 600 palestras a mais de 30.000 pessoas sobre a virtude da castidade, do namoro puro e da Teologia do Corpo. Através deste ministério, conheci minha esposa, Madeleine, e fomos abençoados com três filhos. Deus nos levou a uma jornada juntos para lançar o Fire Up Ministries, com a missão de convidar cada pessoa a experimentar o amor que sempre sonhou!

Nesta altura da minha vida, sou abençoado por experimentar um nível de liberdade sexual que nunca tive antes. Sempre que agradeço a Deus onde estou agora, lembro-me dos dias em que eu estava realmente lutando nesta área. Houve momentos em que senti que não havia luz no fim do túnel e gritei a Deus: “A pureza é possível?” Parecia impossível, e eu pensei que estava condenado a viver assim para sempre. Mas embora houvesse manchas escuras na minha vida que eu pensei que nunca passaria, Deus nunca deixou de me amar. Ele trabalhou comigo paciente e gentilmente. Ainda estou nessa jornada, e Deus ainda está me curando todos os dias.

“Ele teve alguns momentos realmente sombrios carregando a Cruz do pecado sexual, mas quando ele a levou a Cristo e entregou-a a Ele — Cristo foi capaz de libertá-lo. Simon teve um verdadeiro encontro com a misericórdia e experimentou uma cura profunda em Cristo. Foi a partir dessa misericórdia e cura que ele foi capaz de trazer a alegria, o amor , e acima de tudo, aquela esperança para os outros que estão em lutas semelhantes com a sexualidade. Ao ver Simon ministrar a tantas pessoas, estou constantemente admirada com a forma como ele irradia o amor de Cristo para elas.”

— Madeleine Carrington (esposa de Simon)

 

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