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out 10, 2024 52 0 Fiona McKenna, Australia
APRECIE

Paz em pedaços

Roma, a Basílica de São Pedro, o encontro com o Papa… a vida poderia ser mais agitada? Eu descobri que pode ser.

A minha conversão à fé católica aconteceu durante a minha viagem a Roma, onde tive a sorte de estudar parte da minha licenciatura. A universidade católica que frequentei organizou algumas audiências com o Papa Francisco como parte da viagem. Uma noite, eu estava sentado na Basílica de São Pedro, ouvindo o Rosário ser rezado em latim pelo alto-falante enquanto esperava o início do serviço religioso. Embora eu não entendesse latim na época, nem soubesse o que era o Rosário, de alguma forma reconheci a oração. Foi um momento de imersão mística que acabou por me levar a confiar toda a minha vida a Jesus através da intercessão de Maria. Isto deu início a uma jornada de conversão que culminou com meu batismo na Igreja Católica, um ano depois, e uma história de amor que se seguiu logo depois.

Descobrindo momentos

Eu me vi construindo lentamente os alicerces do meu relacionamento com Jesus, imitando Maria sem saber no processo. Ajoelhei-me a Seus pés em oração, como Maria teria feito no Calvário, buscando aprofundar minha conexão com Cristo. Continuo esta prática hoje, estudando Seu rosto, Suas feridas, Sua vulnerabilidade e Seu sofrimento. Mais importante ainda, encontro-me com Ele todos os dias para consolá-lo, porque não suporto a ideia de Ele estar sozinho na cruz. Meditando na Sua Paixão, descubro que posso apreciar mais profundamente o significado do Cristo Vivo, que hoje vive em nós.

Ao me dedicar a essa prática, senti Jesus esperando por mim em minhas orações diárias, ansiando por minha fidelidade e buscando minha companhia. Quanto mais eu O segurava em oração silenciosa, mais eu começava a sentir profunda tristeza e pesar pelo preço que Jesus pagou pela minha vida e pela vida de outras pessoas. Derramei lágrimas por Ele. Aprisionei-O no meu coração e consolei-O na oração, espelhando o terno cuidado de Maria pelo seu Filho. A realização do amor sacrificial que levou Jesus à Cruz despertou profundas emoções maternais dentro de mim, obrigando-me a entregar tudo a Ele. Pela graça de Nossa Senhora, ofereci-me completamente a Jesus, permitindo que Ele me transformasse à medida que nosso relacionamento florescia.

Oferecendo

Quando sofri uma grande perda, há dois anos, continuei esta prática diária, embora o foco da minha tristeza tenha mudado. As lágrimas que derramei não eram mais por Ele, mas por mim mesmo. Eu não podia fazer nada além de cair aos pés de Nosso Senhor em minha absoluta angústia e desespero, por mais egoísta que me sentisse. Foi então que Deus me mostrou como o sofrimento redentor pode ser compartilhado não apenas testemunhando Seu sacrifício em oração, mas entrando em Sua Paixão.

De repente, Seu sofrimento não era mais externo a mim, mas algo tão íntimo que me tornei um com Cristo na Cruz. Eu não estava mais sozinho em meu sofrimento. Por sua vez, foi Ele quem me sustentou em oração silenciosa, Ele quem sofreu por mim e compartilhou minha tristeza. Ele derramou lágrimas por mim e abriu Seu coração onde eu me retirei e me tornei Seu prisioneiro. Fui mantido cativo em Seu amor.

Trilhando o caminho inquieto

Imitar Maria nos leva diretamente ao Coração de Jesus, ensinando-nos a essência do verdadeiro arrependimento e da misericórdia sem limites que brota do Seu amor. Esta jornada pode ser desafiadora, exigindo que partilhemos os fardos da Cruz de Cristo. No entanto, através das nossas provações e tristezas, podemos encontrar consolo na Sua presença reconfortante, sabendo que Ele nunca nos abandona. Seguindo o exemplo de Maria, convidamo-la a guiar-nos no aprofundamento da nossa ligação com Jesus, nosso Senhor e Salvador, e na participação no Seu sofrimento redentor. Ao fazer isso, tornamo-nos mártires vivos pela dor e sofrimento daqueles que ainda não conheceram Cristo e, no mesmo processo, nós mesmos somos curados.

À medida que imitamos o amor maternal de Maria pelo seu Filho, aproximamo-nos da essência da Sua Paixão e tornamo-nos vasos da Sua graça curadora. Ao oferecer os nossos próprios sofrimentos em união com Cristo, tornamo-nos testemunhas vivas do Seu amor e compaixão, trazendo consolo àqueles que ainda não O encontraram. Neste processo sagrado, encontramos cura para nós mesmos e nos tornamos instrumentos da misericórdia de Deus, espalhando Sua luz aos necessitados. Da mesma forma, aprendemos a abraçar com coragem as cruzes nas nossas vidas, sabendo que são caminhos para uma união mais profunda com Cristo.

Através da intercessão de Maria, somos guiados para uma compreensão profunda do amor sacrificial que levou Jesus a dar a vida por nós. Ao trilharmos o caminho do discipulado, seguindo os passos de Maria, somos chamados a oferecer os nossos próprios sofrimentos e lutas a Jesus, confiando no Seu poder transformador para trazer cura e redenção às nossas vidas.

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Fiona McKenna

Fiona McKenna reside em Canberra, Austrália, onde atua como Chefe de Liturgia do PPC, Coordenadora Sacramental e Cantora em sua paróquia. Ela completou um curso de dois anos de capacitação para o ministério católico na Encounter School of Ministry e está cursando um mestrado em Estudos Teológicos.

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