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jan 16, 2025 31 0 DIÁCONO JIM MCFADDEN
EVANGELIZE

Cristãos, levantem-se para serem contados!

Um verdadeiro cristão nunca pode fechar os olhos à injustiça ou ao despeito.

Ringo Starr cantou uma vez: “Tenho que pagar suas dívidas se quiser cantar blues/ E você sabe que não é fácil”. Se quisermos seguir o caminho de Jesus, devemos estar preparados para aceitar as consequências, que serão difíceis e frequentes.

Escolhas e consequências

Jesus havia predito que Seus discípulos seriam açoitados, arrastados diante dos governadores, entregues aos conselhos, obrigados a fugir de cidade em cidade, condenados ao ostracismo e odiados – tudo porque estavam associados a Ele. Por que eles deveriam ficar surpresos? Afinal, Jesus fez com que as mesmas coisas fossem feitas a Ele. A Cruz de Jesus será a Cruz dos Seus seguidores. A perseguição é inevitável. Como alguém disse uma vez: “Se você vai seguir Jesus, é melhor ficar bem na floresta”.

Por que? Simplificando, um cristão, como sinal de contradição baseado no amor sacrificial e abnegado que promove a justiça e a paz, porá em causa os valores prevalecentes da consciência dominante da nossa sociedade. O falso reino deste mundo baseia-se na ilusão de que se pode ser feliz obtendo os bens do mundo; Assim, perseguimos os ídolos do dinheiro, do status e da aclamação, do controle e da manipulação e do prazer hedonista. Na nossa sociedade, vemos isto manifestado no consumismo exagerado, no nacionalismo, no individualismo autónomo e num sentido distorcido de liberdade que é entendido como livre de restrições externas. O falso reino, que é a extensão coletiva do ego, precisa suprimir a Boa Nova, ou morrerá; ele sabe disso. É por isso que os seguidores de Jesus são perseguidos.

Confrontados com tal hostilidade, raiva e ressentimento, podemos perguntar-nos: “Vou à igreja, sigo as regras; por que não sou amado e admirado? Por que há toda essa reação negativa?” Podemos pensar que seria melhor suavizar a verdade. Afinal, por que eu deveria colocar a mim mesmo e aqueles com quem me importo em tal provação? Por que não nos contentamos com um cristianismo domesticado ou com um catolicismo bege, no qual nos inclinamos para a consciência dominante da nossa sociedade, seguindo em frente e até mesmo abraçando os seus valores seculares?

Mas se não denunciarmos as práticas idólatras da nossa cultura – a exploração dos pobres pelos ricos, a toxicidade do racismo, as mentiras e o engano daqueles que exercem o poder temporal – poderemos viver com esta cobardia? Podemos ser fiéis às nossas promessas batismais nas quais fomos ungidos sacerdote, profeta e rei? Como membros do Corpo de Cristo, cada um de nós é chamado a dar testemunho dos valores evangélicos pela palavra e pelo exemplo e isso pode significar, às vezes, ser um “sinal de contradição” nas nossas famílias, nos nossos locais de trabalho, e na sociedade em geral.

A única maneira

Se nos tornarmos católicos homogeneizados, seguros e confortáveis, então nos tornaremos pessoas descritas por T. S. Elliot como “vivas e parcialmente vivas”. A escolha que temos é viver uma vida obstinada e egocêntrica ou abraçar o Caminho de Jesus no qual Ele é o centro, e a nossa vida gira em torno Dele e Ele está no controle. Não podemos ter as duas coisas. Como nosso Senhor diz claramente: “Quem não está comigo está contra mim, e quem comigo não ajunta, espalha”. (Mateus 12:30)

A maneira como uma semente resiste ao calor escaldante do sol é desenvolvendo raízes. Por extensão, precisamos conhecer e nos apegar às realidades mais profundas da fé, que só podem ser cultivadas por uma vida de oração profunda e permanente, por uma reflexão diária das Escrituras e da Tradição, pela participação ativa nos Sacramentos, especialmente na Confissão, e na Eucaristia, e servindo os outros, especialmente aqueles que são mais vulneráveis.

Estas realidades mais profundas da fé envolvem sempre saber quem realmente somos, ou seja, filhos amados de Deus, que devem estar em comunhão com o Deus trino e em solidariedade com os nossos irmãos e irmãs. As únicas pessoas que podem aceitar as consequências de seguir Jesus são aquelas que estão em contacto com as suas próprias almas e que se fundamentaram na energia do amor de Deus. Só eles terão a coragem e a determinação de perseverar face à perseguição.

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DIÁCONO JIM MCFADDEN

DIÁCONO JIM MCFADDEN ministra na Igreja Católica de São João Batista em Folsom, Califórnia. Ele é professor de teologia e atua na formação da fé de adultos, preparação para o batismo, direção espiritual e ministério na prisão.

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