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Nas aparições de Maria, sua mensagem predominante era “rezar bem”. Você já percebeu o poder da oração em sua vida?
Minha esposa e eu temos uma tradição natalina de reunir nossos filhos e netos para as celebrações de natal. No dia seguinte, minha esposa leva os netos para uma pantomima, acompanhada por alguns de nossos filhos adultos. Eu sei que os netos esperavam pelo panto com muita animação. A última vez que fizemos isso foi há quatro anos atrás. Como os netos já cresceram um pouco, a pantomima não é mais tão atraente como antes.
Quatorze anos atrás, eu tive um ataque cardíaco. Depois que recebi dois stents e alguma reabilitação, fiquei absolutamente bem. Mas, dez anos depois, às 3 da manhã do dia seguinte do natal, acordei com muita dor. Parecia uma repetição do meu ataque cardíaco. Como não queria incomodar minha esposa, levantei-me e desci para rezar na cozinha. Decidi não chamar uma ambulância, principalmente porque não queria estragar todas as comemorações do Natal.
Nunca havia rezado com tanta vontade ou tão fervorosamente em toda a minha vida, implorando à Virgem Maria que pedisse a seu filho, Jesus, que isso não acontecesse agora, não por mim, mas por minha família. Imaginei a dor de cabeça que isso causaria a todos se eu fosse levado para o hospital. Na minha oração a Nossa Senhora, recordei do seu pedido no Milagre de Caná sendo concedido. Deu-me muita esperança de que ela ouviria minhas súplicas. Com o passar do tempo, a dor aumentava cada vez mais. Dez anos antes, eu havia sofrido os mesmos sintomas. Para meu alívio, após várias horas de oração fervorosa e urgente, a dor diminuiu e então passou completamente. Fiquei muito grato a nossa Santa Mãe por confortar-me em minha dor e ansiedade e por interceder por mim.
Agora, quatro anos depois, estou completamente livre da dor do meu problema cardíaco e posso pedalar muitos quilômetros por semana.
Confie no poder da oração.
'Há uma passagem curiosa e intrigante no terceiro capítulo da carta de São Paulo aos romanos, que no contexto da carta parece quase desprezível, mas que provou ser uma pedra angular da teologia moral católica nos últimos dois mil anos. Respondendo a alguns que o questionavam, Paulo diz: “E por que não dizer (como algumas pessoas nos caluniam dizendo que dizemos): ‘Façamos o mal para que o bem venha?’ Sua condenação é merecida” (Rom. 3: 8)! Alguém pode formular a declaração um tanto complicada de Paulo da seguinte forma: nunca devemos fazer o mal para que o bem possa advir.
Há pessoas, verdadeiramente, perversas que parecem ter prazer em fazer o mal para seu próprio bem. Aristóteles os chamou de cruéis ou, em casos extremos, de “instinto maléfico”. Mas, a maioria de nós, quando fazemos coisas ruins, normalmente, encontramos uma justificativa para o nosso comportamento, apelando para um bom objetivo que esperávamos alcançar através de nossa ação. “Eu não estou, realmente, orgulhoso do que eu fiz”, eu poderia dizer para mim mesmo, “mas, pelo menos, isso trouxe algumas consequências positivas.” Entretanto, a Igreja, seguindo as instruções de São Paulo, sempre desaprovou esse modo de pensar, justamente, porque abre a porta ao caos moral. Concomitantemente, reconheceu certos atos – escravidão, adultério, abuso sexual de crianças, assassinato direto de inocentes etc. – como “intrinsecamente maus” – ou seja, incapaz de ser justificado pelo apelo à motivação, circunstâncias atenuantes ou consequências. Até agora, tão óbvio.
Mas esse princípio me veio à mente recentemente, não tanto em relação aos atos morais dos indivíduos, mas às suposições morais que parecem estar guiando grande parte da nossa sociedade. Eu poderia sugerir que uma mudança radical ocorreu em 1995 com o julgamento de O.J. Simpson. Eu acho que é justo dizer que a esmagadora maioria das pessoas sensatas concordaria que Simpson cometeu os terríveis crimes dos quais foi acusado e, ainda assim, ele foi absolvido por nobre júri e apoiado, veementemente, por grandes segmentos de nossa sociedade. Como podemos explicar essa irregularidade? A justificativa de O.J. Simpson foi reconhecida, na opinião de muitos, porque foi visto como contribuindo para a solução do grande problema social do perfil racial e perseguição de afro-americanos pelo departamento de polícia de Los Angeles em particular e por policiais de todo o País em geral. Permitir que um homem culpado se libertasse e permitir que uma injustiça grosseira permanecesse sem solução era, no mínimo, tolerado, porque parecia conduzir a um bem maior.
O O.J. A “simpsonização” de nosso pensamento legal esteve em exibição grosseira muito mais recentemente no triste caso do Cardeal George Pell. Mais uma vez, dada a implausibilidade bárbara das acusações e a completa falta de qualquer evidência corroboradora, pessoas sensatas deveriam concluir que o Cardeal Pell nunca deveria ter sido levado a julgamento, muito menos condenado. No entanto, Pell foi considerado culpado e sentenciado à prisão, e um recurso posterior confirmou a condenação original. Como poderíamos explicar essa desconexão? Muitos, na sociedade australiana, legitimamente, indignados com o abuso de crianças por parte de padres e com o subsequente acobertamento por parte de algumas autoridades eclesiais, sentiram que a prisão do Cardeal Pell de alguma forma abordaria essa questão abrangente. Então, mais uma vez, violando o princípio de Paulo, o mal foi feito para que o bem pudesse advir.
O mesmo problema é evidente em relação à agressão sexual contra mulheres. Atrás da situação de Harvey Weinstein e do subsequente movimento #MeToo, nenhuma pessoa séria duvida que numerosas mulheres tenham sido maltratadas de maneira inconcebível por homens poderosos e que esse abuso seja um câncer no corpo político. Portanto, para resolver bem esse problema, às vezes, os homens são acusados, perseguidos, efetivamente, condenados sem investigação ou julgamento. Para mostrar que não tenho interesse partidário aqui, chamarei a atenção para o tratamento do Juiz Brett Kavanaugh e, nos últimos dias, do ex-vice-presidente Joe Biden. O pensamento parece, novamente, ser que a correção de um erro geral justifica um comportamento, moralmente, irresponsável em casos particulares.
O predomínio desse “consequencialismo” moral em nossa sociedade é, extremamente, perigoso. No momento em que dizemos que o mal pode ser feito em prol do bem, nós, efetivamente, negamos que haja quaisquer atos intrinsecamente malignos, no momento em que fazemos isso, o apoio intelectual ao nosso sistema moral cede automaticamente. Então as fúrias chegam. Um exemplo muito claro desse princípio é o Terror que se seguiu à Revolução Francesa. Como houve (sem dúvida) tremendas injustiças feitas aos pobres pela classe aristocrática na França do século XVIII, qualquer um que se considerasse inimigo da revolução foi, sem distinção ou discriminação, varrido para a guilhotina. Se inocentes morreram ao lado dos culpados, que assim seja – pois serviu para a construção da nova sociedade. Acredito que não é exagero dizer que a sociedade ocidental ainda não se recuperou, completamente, do caos moral que o “consequencialismo” letal da época nos deixou.
Portanto, mesmo que lutemos, legalmente, contra os grandes males sociais de nosso tempo, devemos lembrar o princípio simples, mas perspicaz de Paulo: nunca faça o mal para que o bem possa vir dele.
'Você é verdadeiramente, perfeitamente, magnificamente … aquele que Deus diz que você é!
Ondas de Desespero
Em 2011, pouco antes das férias de Natal, sofri uma doença misteriosa. Nenhum médico pôde determinar o que era. No dia 23 de dezembro, comecei a ter calafrios e tremer. Eu estava sentindo uma tremenda dor em volta da minha cabeça, pescoço e braços, então fui deitar, acreditando que isso passaria antes do dia de Natal. Mas, isso não aconteceu.
Eu estava na sala de emergência um dia após o Natal chamado de Boxing Day, ainda com muita dor. A dor passou da minha cabeça para meus ombros, desceu para os braços e para minhas pernas. O médico na Emergência pensou que poderia ser Polimialgia Reumática, na qual não há cura. Eles enviaram-me para casa com uma receita de analgésicos e prednisona.
À medida que a semana avançava, minha condição não melhorava e comecei a pensar que não voltaria à sala de aula. Não era apenas a dor física que eu estava enfrentando, eu também estava desesperado e me sentia deprimido regularmente. Eu não podia imaginar como eu viveria com isso pelo resto da minha vida.
Uma Oração Simples
Eu telefonava todos os dias para meu diretor espiritual. Teve um dia que eu disse a ele: “Deve ser isso que aqueles que eu ministro experimentam todos os dias”. Meu ministério como diácono é para aqueles que sofrem de doença mental. Essa aflição me fez lembrar por um momento, internamente, do caminho escuro e difícil que eles têm que percorrer ao longo de suas vidas. Apreciei profundamente a nobreza de suas vidas como compartilhadores dos sofrimentos de Cristo.Meu diretor espiritual pediu que eu orasse: “Em vossas mãos, Senhor, entrego meu espírito. Em vossas mãos, Senhor, entrego meu espírito”. Essas frases fazem parte da oração da noite do livro de liturgia, então eu tenho rezado essa frase há anos, mas quando fazemos certas orações com frequência, não relevamos o seu significado. Eu nunca pensei nessa oração no contexto da minha doença. Então, eu rezei essa oração com maior concentração. Em outras palavras: “Em vossas mãos, Senhor, entrego meu espírito; faça em mim segundo a vossa vontade, se for vossa vontade que eu nunca volte à sala de aula, que assim seja”.Naquela noite, dormi melhor e acordei com uma grande alegria. Eu ainda estava com muita dor, mas a escuridão foi dissipada. Logo depois disso, a dor começou a diminuir e, finalmente, depois que eu fui lentamente diminuindo a prednisona, pude voltar à ensinar por mais 8 anos. Nem meu médico de família, nem nenhum dos especialistas que fui descobriram o meu problema. A última especialista que fui garantiu-me que não era Polimialgia Reumática, embora ela não soubesse o que era, provavelmente apenas algum tipo de vírus.
Experiência no Sofrimento
Ao longo dos anos, olhei para essa experiência como uma grande bênção; um presente. Isso ajudou-me a ver os doentes mentais que visito de uma maneira diferente. Eu experimentei o que eles sofrem todos os dias, ano após ano. Obter um entendimento de sua situação era essencial para fazê-los compania no sofrimento, assim como meu diretor espiritual acompanhou-me durante aquele período difícil. É disso que trata a Encarnação da Segunda Pessoa da Trindade. Deus, o Filho, une a natureza humana a si mesmo e entra na escuridão humana. Ao fazer isso, ele junta-se ao sofrimento humano.Ele veio para ser a luz em nossa escuridão e a vida em nossa morte, de modo que quando sofremos, não sofremos ou morremos sozinhos. Nós podemos buscá-lo no meio de nosso sofrimento, e da nossa agonia, e o que encontramos é uma misericórdia inesgotável que se une a nós e nos faz companhia em nosso sofrimento e morte.
Descubra o Verdadeiro Amor
A justiça divina foi revelada, na Pessoa de Cristo, como Divina Misericórdia. A misericórdia de Deus é revelada em sua paixão, morte e ressurreição. Embora não o mereçamos, Deus, que é a própria vida eterna, revela a sua misericórdia ilimitada, morrendo na cruz. Através de sua morte ele destrói a permanência, as trevas e o desespero da morte.Ele teria feito isso mesmo se você ou eu fosse a única pessoa que precisasse ser resgatada da morte eterna. Deus não ama a humanidade em geral, ele ama cada pessoa como se houvesse apenas ela para amar. Embora Deus não recebe a nossa atenção em todos os momentos de nossas vidas, cada pessoa tem sua atenção total em todos os instantes de nossa existência. É assim o quanto cada pessoa é amada por Deus.
Dissolva Seus Medos
Esta vida é para aprender a descobrir esse amor perfeito. Muitos de nós temos medo de ser tocados por esse amor, pois é como o sol aquecendo tudo o que permanece sob seus raios. Ele reduz nossos ressentimentos mais profundos, mas para alguns de nós, essas queixas tornaram-se uma parte essencial de nossa identidade, por isso resistimos a esse amor. O amor perfeito de Deus também dissolverá nossos medos, mas algumas pessoas se apegam a essas apreensões porque sua postura de autodefesa é parte integrante de sua personalidade. Adotar esse amor requer renunciar à total independência para permitir que o Senhor nos guie como seus filhos. Abandonar ressentimentos, medos e total independência, pode nos deixar perdidos, mas é claro que não estamos perdidos. Nós fomos encontrados.A misericórdia de Deus revelada em Cristo – em sua encarnação, paixão, morte e ressurreição – é completamente e totalmente inesperada. Vemos essa Misericórdia na imagem da Cruz, mas precisamos permitir que a imagem de sua misericórdia incompreensível se mova de fora para dentro, de um objeto que contemplamos externamente, para uma luz e amor que conhecemos dentro de nós mesmos. Conseguir isso leva uma vida inteira, mas o dia que começamos a experimentá-la é o dia que começamos a viver.
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