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nov 19, 2020 617 0 Shalom Tidings
EVANGELIZE

A Sexta Ferida

“Veja. Olhe para as chagas. Entre nas chagas. Por aquelas chagas fomos curados. Você se sente amargo, triste, sente que a vida não está indo do jeito certo e você está doente? Olhe ali. Em silêncio.”

Com essas palavras, o Papa Francisco nos diz o quão profundamente alguém pode ser curado através das cinco chagas sagradas de Jesus – suas mãos, pés e lados perfurados. Muitos católicos estão familiarizados com a devoção a essas cinco chagas. Mas você já ouviu falar da sexta chaga de Jesus?

No século XII, um abade e místico francês, São Bernardo de Claraval, perguntou a Jesus qual era o seu maior sofrimento não registrado e o Senhor respondeu: “Eu tinha no ombro enquanto carregava a cruz no caminho do calvário, uma chaga grave mais dolorosa que as outras, e que não é registrado pelos homens.”

No século XX, outro santo confirmou esta sexta ferida: São Pio de Pietrelcina. Popularmente conhecido como um santo vivo, por mais de 50 anos ele carregou as chagas de Cristo em seu corpo. Padre Pio teve uma conversa interessante com Karol Wojtyla, o futuro papa João Paulo II, em que o padre Wojtyla perguntou a ele qual chaga de seus estigmas lhe causava mais dor, esperando que o padre Pio dissesse que era a chaga no peito. Em vez disso, Padre Pio respondeu: “É a minha chaga no ombro, que ninguém conhece e nunca foi curado ou tratado.”

Após a morte de Padre Pio, o irmão Modestino, encarregado de fazer um inventário de todos os pertences do santo, descobriu que uma das camisetas de Padre Pio exibia um círculo de manchas de sangue na área do ombro direito. Naquela mesma noite, o irmão Modestino pediu a Padre Pio em oração que o esclarecesse sobre o significado da camiseta manchada de sangue. Ele pediu um sinal de que Pio realmente suportava o ferimento no ombro de Cristo. O irmão Modestino acordou no meio daquela noite com uma dor insuportável no ombro, como se tivesse sido cortado com uma faca até o osso do ombro. Ele sentiu que morreria de dor se continuasse, mas durou apenas um curto período. Então a sala ficou cheia do aroma de um perfume celestial – o sinal da presença espiritual de Padre Pio – e ele ouviu uma voz dizendo: “É isso que eu tive que sofrer!”

Considere o seguinte: Jesus permitiu que seus pés fossem pregados na cruz. Ele voluntariamente entregou suas mãos. E ele permitiu que seu lado fosse transpassado. Mas seu ombro que carregava o peso esmagador da cruz, aquele ombro machucado e ensanguentado que, segundo o evangelho de João, suportava o peso de nossos pecados sem nenhuma ajuda ou alívio, esse ombro permaneceu disponível durante toda a sua agonia.

E hoje ainda está disponível, para nós e para todos que precisam. Então, “olhe lá, em silêncio,” como sugere o Papa Francisco. Olhe e ouça a voz de Jesus convidando você a se apoiar em seu ombro e descansar sua cabeça ali e sentir o amor que lhe permitiu suportar a dor excruciante de todas as terríveis chagas para nossa salvação. Para promover a devoção à chaga no ombro de Cristo, São Bernardo de Claraval escreveu esta oração à chaga no ombro de Cristo: Ó amabilíssimo Jesus, manso cordeiro de Deus, apesar de eu ser uma criatura miserável e pecadora, vos adoro e venero a chaga causada pelo peso de vossa cruz, que dilacerando vossas carnes, desnudou os ossos de vosso ombro sagrado. Também eu, ó amabilíssimo Jesus, me compadeço de vós e do fundo do meu coração vos louvo, vos glorifíco, vos dou graças por essa chaga dolorosa do vosso ombro, em que quiseste carregar a vossa cruz para minha salvação. Ah! pelos sofrimentos, que padecestes e que aumentaram o enorme peso da vossa cruz, eu vos rogo com muita humildade, tende piedade de mim, pobre pecador, perdoai os meus pecados e conduzi-me ao céu pelo caminho da cruz. Amém.

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